quinta-feira, 21 de abril de 2011

O Fuzil M-14 cal. 7,62mm


A versão clássica militar do M-14

      O Fuzil M-14 7,62mm pode ser considerado, como arma longa, o Elo de toda uma Era militar moderna. Ele é a ligação da 2a. Guerra Mundial com as atuais guerras do Iraque e Afeganistão.
     Como?
     Ainda durante a 2a. Guerra, devido à violência dos combates no pacífico, onde tropas japonesas, de posições estáticas e com armas automáticas causavam grandes baixas às tropas americanas, e no front europeu, ao fim da Guerra, com os Aliados se deparando com a eficácia e superioridade das Sturmgewehr 44 Alemãs ( ou MP 44, o “Pai” de todos os fuzis de assalto modernos, inclusive o AK47, projetado baseado nele) O Departamento de Ordenança do Exército Americano iniciou pesquisas no sentido de produzir um fuzil de tiro seletivo e maior capacidade de munição.

vista explodida
     Com o grande sucesso do M-1 Garand, e tendo como padrão à época a munição 30-06, Os engenheiros pensaram em um “upgrade” e começaram a melhorar as deficiências deste. Partindo de um M-1 Garand como base, ao fim de Agosto de 1945 estava pronto o fuzil designado T20E2 (“T” de teste). 
O T-37, outra versão experimental do M-14. Note entre outras coisas a coronha encurtada, o quebra-chamas, a tomada de gás, totalmente diferente, e o carregador, de 1918A1 BAR. Este modelo faz parte das séries de protótipos ainda em 30-06
   Talvez a maior deficiência do Garand fosse a capacidade de disparos, e seu inconfundível som metálico da ejeção do clip carregador ao último tiro. Os engenheiros resolveram isto no modelo experimental, que chegou a ser testado em combate, e que possui, entre outras melhorias, um carregador com capacidade de 20 tiros (O mesmo utilizado pelo M-1918A2 B.A.R., sinal de inteligência em matéria de logística) e seletor de tiro que o permitia disparar em modo automático. Não é à toa que o M-14 e o Garand se parecem...

Detalhe do Receiver do M-14 note como é semelhante ao M1 Garand


   Com o fim da 2a. Guerra antecipado pelas bombas atômicas, o projeto foi engavetado e esta discussão só voltou à tona após a Guerra da Coréia, onde ficou claro que haviam perdido tempo não tendo continuado o desenvolvimento da nova arma. Retomando o processo, e adotando como calibre a munição 7.62mm, então padrão da OTAN, logo se chegou ao modelo experimental designado T44, que foi adotado e designado Fuzil M-14 7.62mm.


     Infelizmente, neste primeiro momento sua vida militar é curta. Sua produção não começa antes de 1958 e os primeiros fuzis só começam a ser entregues no meio de 1959, quando já não era mais adequado para as necessidades do soldado moderno de então. O envolvimento dos Estados Unidos no conflito do Vietnã cria a necessidade de uma arma mais leve, compacta e que utilize uma munição poderosa mas mais leve em relação a peso, que permita ao soldado levar uma quantidade maior de cartuchos. 
Versão M14A1 Squad automatic weapon. (Arma Automárica de Esquadrão) Note a coronha diferente com apoio vertical e bipé. Utilizada no vietnã, foi substituída pelo M-60, que por sua vez acabou substituído pelas M259 SAW
Versão militar sniper do período da guerra do Vietnã
Com isto, tanto o Fuzil quanto sua munição foram considerados muito pesados, e ambos são, em 1965, considerados obsoletos e substituídos pelo Fuzil M-16, com sua munição calibre 5.56 X 45mm. (.223 Rem.) Sendo um fuzil mais leve, foi considerado melhor para o combate em movimento no Vietnã, tendo a vantagem do soldado poder carregar mais munição com o mesmo peso. Apesar do parecer oficial do Departamento de Ordenança do Exército Americano , muitos soldados, principalmente os Fuzileiros Navais, preferiam o M-14. Estas lembranças foram responsáveis pelo ressurgimento do M-14 no Iraque e Afeganistão.

O início das operações militares atuais no oriente médio obrigou uma mudança do ponto de vista do exército americano. A então arma padrão do exército americano atual é o Fuzil M4, um versão mais curta do M16, mas com o Mesmo calibre, o 5,56mm (.223 Rem) Uma das características deste calibre e uma de suas aplicações logísticas é a de não matar instantaneamente, e sim ferir gravemente. Porque? Um dos fronts da guerra a ser vencido é o econômico. Sem dinheiro não se sustentam exércitos. Um soldado morto é facilmente reposto com reservas, mas um soldado ferido demanda altos custos de tratamento, e no mínimo 3 outros militares, da área da saúde, envolvidos com cuidados médicos por no mínimo 3 meses, além da guerra psicológica aplicada a isto, pois um soldado ferido grita de dor, expõe órgãos, etc, o que aterroriza seus companheiros. Acontece que o atual inimigo, mulçumano radical, não teme a morte, e sim a deseja, por achar que assim alcançará o paraíso e honrará sua família e sua nação. Com o uso da munição atual, é necessária uma quantidade maior de disparos certeiros para causar a morte do oponente, e muitos casos mostraram que, entre o primeiro disparo certeiro e o fatal, muitas vezes estes fanáticos tinham tempo de responder ao fogo causando baixas, ou acionar explosivos que causaram grandes estragos.

Sendo assim, os militares atuais foram buscar nas experiências com veteranos de guerras passadas, muitas vezes seus parentes próximos, um jeito de resolver isto, e o acharam, trazendo de volta ao serviço, o bom e velho M-14....
O US Navy's Mk.14 Mod.0 Enchanced Battle rifle, uma das tentativas atuais de modernização do M-14




 Atirando com o M-14:



Um comentário:

Anônimo disse...

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